quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

1 ano


Faz exatamente um ano que meu pai escreveu assim, lá no blog dele:

"Preferia que meu filho não fosse um jornalista como eu, mas como o risco de herdar a profissão de pai e mãe é sempre grande, pelo menos ele já tem no currículo o cumprimento à risca de um deadline. O nem tão pequeno assim Xavier nasceu na véspera de se completarem 40 semanas de gravidez, uma espécie de prazo regulamentar. A partir desse limite os bebês entram na prorrogação e provocam um súbito aumento dos casos de unhas roídas, tanto na família quanto entre o círculo de amigos dos pais.

Recebi uma ligação da Cléia no trabalho. Ela parecia calma. A barriga estava dura durante todo o dia e o Xavier, sempre muito agitado, havia parado de se mexer. Dra. Denise, a médica que acompanhou toda a gestação e faria o parto, tinha uma cirurgia marcada na clínica e pediu que fôssemos até lá, só para dar uma olhada, ver se está tudo bem. Descobrimos, ora vejam, que a Cléia estava em trabalho de parto. Ainda bem que tínhamos colocado no carro as tais malas da maternidade, já deixadas prontas para eventualidades como essa.

Quando recebi a ligação da Cléia, procurei ficar calmo também. Procurei mas não achei direito. Senti isso quando tentei tirar o carro da garagem da empresa. Manobrei algumas vezes para percorrer poucos metros de ré dentro da garagem, algo que normalmente faria de olhos fechados e com o pé e a mão direitos amarrados ao freio de mão. Enfrentei o trânsito do horário do rush com estoicismo. Repetia mentalmente a mim mesmo que deveria me concentrar em dirigir com segurança em não fazer besteira agora. Nem depois, claro.

Tirei a Cléia e as malas de casa como um profissional da defesal civil executando um procedimento de emergência treinado. Coloquei o cérebro no modo "agir de forma racional". Pelo menos da maneira como eu conseguia enxergar, cada movimento parecia calculado para que as coisas fossem feitas ao mesmo tempo de maneira rápida e sem afobação. Agi também desse modo ao enfrentar as filas da ponte. "Garanta o sucesso da missão, não dirija devagar demais nem corra riscos", ordenou o coronel Massa Cinzenta.

Chegamos à clínica quase às 20 horas e não demorou muito para que a dra. Denise nos atendesse. "Você está em traballho de parto", concluiu. A Cléia chorou um pouco, mas disse que não era tristeza. Dadas algumas circunstâncias da paciente, a médica decidiu que seria mais seguro fazer uma cesariana. Imediatamente. Pouco mais de uma hora depois, o pequeno Xavier estava nas mãos de uma equipe médica, sob aquelas luzes do centro cirúrgico que parecem discos voadores prontos a abduzir o bebê.

Ele chorou forte ao deixar a barriga da mãe – um sinal importante de nascimento saudável – mas depois ficou calminho. Colocado no pequeno berço hospitalar da sala de parto, enquanto a mãe era costurada, sentiu algum desconforto que provocou a primeira ameaça de choro do tipo como-será-que-se-faz-ele-parar. Mas durou alguns segundos. Cantei baixinho bem perto dele e o menino voltou a se acalmar. Nenhuma canção em especial, apenas uma melodia de ninar improvisada. Não posso deixar de admitir que me achei o cara.

A Cléia ficou um pouco desapontada porque, ao presenciar ao parto, vi como é nosso pequeno filhinho antes da mãe. Logo ela, que carregou o filhote na barriga durante nove meses, só conseguiu enxergar a criança de ângulos onde se vê pouco mais que a geografia do nariz. Mas ela pôde constatar o que eu já vinha dizendo há tempo: "ele vai ser bem parecido comigo". Tá bom, ainda não dá para dizer com quem se parece, se os abundantes cabelos escuros são meus ou dela, mas tá no caminho.

Depois disso é a recuperação, aprender a amamentar, dar banho, trocar fraldas (não vale dizer éca!) . O papel do pai, nesse momento, é pouco mais do que ficar ao lado da mãe e segurar o bebê de vez em quando, para que ela possa fazer coisas simples que nesse momento tornam-se algo um tanto complicado, como comer e ir ao banheiro. Os primeiros banhos ficam a cargo das enfermeiras. Na maior parte do tempo Xavier mama. Já deve estar maior do que os 3,8 Kg e 50,5 cm com que nasceu, às 21h15 de 28 de fevereiro de 2007".

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Tá tudo bem. Mas doeu.


Consegui um troféu um dia antes de completar um ano. Três pontos na testa. Caí e bati a cabeça de um jeito que os meus pais nem conseguiram descobrir o que foi que me cortou. Tiveram que me levar para o hospital todo sujo de sangue. Mas deu tudo certo. Foi só um sustinho.

Sabe aquilo que o meu pai falou sobre dar trabalho? Pois é..

Trabalho, eu?

Hoje a gente viu um bebê bem pequenino, como eu era faz quase um ano. Minha mãe disse "ainda bem" que eu já cresci, porque naquela época eu dava muito mais preocupação.

Mas o meu pai não concordou. Ele acha que é a mesma coisa:

— Antes o Xavier dava trabalho porque não conseguia fazer nada sozinho. Hoje dá trabalho porque consegue fazer um monte de coisas sozinho.

Esses adultos nunca estão satisfeitos. É ou não é?

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Muppets

Olha o que eu dei de presente para o meu pai:

Minha mãe disse que, quando meu pai era pequeno, ele se divertia muito com os Muppets. Tem até alguns programas que ele não esquece até hoje. Como o duelo de baterias entre Buddy Rich e o Animal.



E, claro, o Mahnahmahnah:

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Como chove

Eu gosto bastante de música. Já quebrei um pianinho aqui em casa e às vezes faço de conta que estou cantando para os meus pais. Quando eu ainda era bem pequeno (menor ainda do que hoje) eles compraram um disco de vídeo com uma porção de clipes da turma do Cocoricó. Eu gosto bastante, fico até quietinho de olho vidrado na televisão e ouvindo as músicas. Uma das mais legais é esta:



Mas eu tambêm gosto de Joey Ramone.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Coisas que eu gosto



bola


Tem uma bola de vôlei aqui em casa. Em brinco de pegá-la com as duas mãos, dar alguns passos e jogá-la direto para o chão. O meu pai diz "touchdown!" e fala que isso é rugby. Também é legal sair pela casa chutando a bola. Aí o Pai diz que é futebol.


cachorro


Tem uns bichos lá na rua que fazem um barulho muito engraçado. Quando eles estão fazendo barulho, eu vou para a sacada e fico imitando. Quando eu faço isso com as mãos e os pés no chão, a Mãe diz que eu sou um cachorrinho.


andar de ônibus


Acho muito divertido. Já fico feliz no ponto, quando o ônibus tá chegando. Minha mãe acha engraçado isso. Tem um cobrador que já é meu amigo.



carrinhos



O tipo de brinquedo de que eu mais gosto, desde pequeno. Uma amiga da minha mãe disse que isso deve estar no cromossomo dos meninos.



danoninho


É a comida de que eu mais gosto. Faço a maior bagunça quando o pai traz aquele potinho vermelho.


lugares abertos


Adoro ir para a rua e ficar andando por aí. Os lugares mais legais em que eu já fui foram o campus da UFSC e o Parque do Córrego Grande. Mas legal mesmo é quando tem um obstáculo no caminho. Degrau, meio-fio. De vez em quando levo um tombo, mas é legal.


suco de laranja


Outra comida legal. Antes de tomar o suco, adoro comer o bagaço da laranja de colher.


marcarrão-parafuso


Minha mãe põe no prato e deixa eu comer com a mão. Gostoso...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Lígia

Olha o que mãe da Lígia, a Cris Fontinha, colocou no blog dela:


Nâo é que eu não de bola para a Lígia. É que o irmão mais velho dela tava olhando. E ele tem 9 anos, é bem maior que eu.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Convite

O meu aniversário é no dia 28 de fevereiro, mas a festinha é dia 1° de março, que cai no fim de semana.


Foi o meu amigo Lauro, irmão da Lígia, quem fez o convite. Ele tem 9 anos. E quem fez a foto foi a Flávia, amiga da mãe do Lauro e da Lígia, a Cris Fontinha, que também é fotógrafa. Entendeu?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O carro do meu pai tem um daqueles adesivos em que está escrito "neném a bordo" colado no vidro de trás. Ele acha que os outros motoristas tomam mais cuidado no trânsito quando vêem aquele aviso, e aí eu fico mais seguro. Tem gente que diz que isso não faz diferença nenhuma. Mas meu pai insiste que — pelo menos para alguns motoristas — funciona.

Ele explicou que, quando alguém dirige devagar, às vezes quem vem atrás fica muito irritado. Mas se alguma coisa avisa que tem uma criança dentro do carro lento, aí os apressadinhos até dão um desconto e não ficam pressionando para passar. Dão mesmo?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Dúvida

O que será que meu pai e minha mãe vão me dar de presente de aniversário? Algum palpite?

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Vídeo

Meu pai fez um vídeo para comemorar meu primeiro aniversário (28 de fevereiro). Quem viu disse que ficou bem legal. Eu também achei.

Meu pai e minha mãe vinham gravando um monte de coisas que eu faço desde que eu nasci. Aí eles juntaram pedacinhos de tudo que tinham gravado e fizeram este filminho.

A escolha da música teve até enquete no Bobagera, o blog do meu pai.
Olhem como ficou: